Nos últimos dois anos, o mundo foi abalado pelo vírus COVID-19, que se propagou de forma rápida, infetando milhões e provocando uma elevada taxa de mortalidade, das mais altas nos últimos 100 anos, em países desenvolvidos.

Embora a maioria das pessoas consiga recuperar-se de forma mais rápida da infeção provocada por este vírus, em muito devido aos programas de vacinação, algumas apresentam sintomas que podem durar meses após a infeção inicial.

Esses pacientes de longa duração demonstram uma combinação de sintomas persistente incluindo fadiga, problemas de memória, confusão, ansiedade, interrupção do sono, alteração na sensação de paladar e olfato, dores musculares, falta de ar e sintomas gastrointestinais.

Estudos recentes, demonstram que os benefícios da oxigenoterapia hiperbárica pode melhorar as funções neurocognitivas e minimizar os sintomas em condição pós-COVID,mais especificamente, pacientes que possuem os sintomas da infeção a longo prazo.

À medida que o tempo avança, as especulações e preocupações sobre o que esta infeção pode provocar no nosso organismo a longo prazo aumentam. Para muitos, este caminho é visto como uma maratona, afetando corpo e mente, sem ainda se conseguir chegar a uma solução coesa para a recuperação destes casos.

Médicos e cientistas ainda procuram entender de facto, as causas, efeitos a longo prazo e tratamentos eficazes para pacientes que sofram de COVID prolongado.

O Papel da oxigenoterapia hiperbárica no tratamento de COVID-19 prolongado?

A Oxigenoterapia hiperbárica surge como opção a considerar, para o tratamento desta patologia, sendo que é um procedimento que envolve a respiração de oxigénio 100% puro, numa câmara pressurizada. Durante a sessão de tratamento Hiperbárico, a pressão permite que o oxigénio atinja níveis mais altos na corrente sanguínea e nos tecidos, reduzindo a inflamação e promovendo a recuperação.

Após alguns testes realizados, este procedimento tem demonstrado ser eficaz no tratamento de uma vasta lista de patologias associadas, como derrames e lesões cerebrais, e com algumas evidências relacionadas com as sequelas da infeção de COVID-19, sendo ainda necessário estudos mais elaborados e rigorosos que confirmem esta teoria.

Investigadores conseguiram verificar que os pacientes que receberam quarenta sessões de tratamento de oxigenoterapia hiperbárica, apresentaram mudanças representativas a nível cognitivo, fadiga, sono e padrões de dor. Recuperação, que acreditam dever-se ao aumento de pressão sanguínea cerebral e à neuroplasticidade identificada em exames de ressonância magnética. A neuroplasticidade é um processo onde o cérebro cria e reorganiza as conexões sinópticas das células nervosas após a lesão.

Relembrando que, a oxigenoterapia hiperbárica é um método seguro e com poucos riscos associados, onde a maioria das pessoas tolera este tipo de tratamento e não apresenta efeitos secundários graves. No entanto é muito importante o acompanhamento e aconselhamento profissional de um especialista em medicina hiperbárica de forma a verificar a viabilidade do tratamento e considerar possíveis riscos para cada paciente.